sexta-feira, 27 de junho de 2008

Crise de Identidade

Nesta altura da vida, já não sei mais quem sou.
Na ficha do dentista, apareço como cliente;
No restaurante, sou freguês;
Quando alugo uma casa, sou inquilino;
Na condução, sou passageiro;
Nos correios, sou remetente;
Na casa do Papai, sou Filho;
Na Loja Maçônica , sou Irmão;
Na Faculdade, sou estudante;
No supermercado, sou consumidor;
Para a Receita Federal, sou contribuinte;
Com o prazo vencido, sou inadimplente, Se não pago, sou sonegador;
Para votar, sou eleitor;
No comício, sou massa;
Em viagem, sou turista;
Na rua, caminhando, sou pedestre, Se me atropelam, viro acidentado;
No hospital, me transformo em paciente;
Para os jornais, sou vítima;
Se compro um livro, viro leitor;
Se ligo o rádio, sou ouvinte;
Para o IBOPE, sou espectador;
No futebol, eu, que já fui torcedor, virei galera;
E, quando morrer, ninguém vai se lembrar do meu nome: Vão me chamar de finado, extinto, defunto, de cujus e, em certos círculos, até de desencarnado.
E O PIOR: PARA O GOVERNO EU SOU UM IMBECIL.

Nenhum comentário:

Postar um comentário